CRÍTICA – ERASERHEAD

CRÍTICA – ERASERHEAD

Enfim… A jornada pelo cenário criminal ficcional ou documental nacional acabou. Depois de muita reflexão, foi decidido o novo destino: a ficção surrealista audiovisual de David Lynch, o mestre para encarcerar sonhos nas telas. Esse é um dos diretores que carrego fundo no coração, por mais esquisita, incompreensível, bizarra e medonha que suas obras possam ser. Há um certo fascínio sedutor em seus universos, nos mundos fantásticos mirabolantes em que os seres humanos se portam das maneiras mais distantes possíveis do que pode ser alcunhado como “normalidade”. É caros leitores, não será uma jornada fácil, cheia de reflexões mirabolantes e simultaneamente confusas. Não leia essa crítica – e as futuras sobre suas outras produções – buscando respostas definitivas e interpretações precisas, afinal, não existem respostas conclusivas para qualquer obra artística. Esse papel já está esgotado no próprio YouTube com os vídeos ensaios gigantes com títulos sensacionalistas: “Entendendo o final de Twin Peaks”; “Todos os símbolos e entendimentos sobre Eraserhead”; “O que Estrada Perdida significa?”; “A falha completa da adaptação de Duna de David Lynch”. Não, não é isso que estou buscando explorar. Existem respostas mais precisas ao longo da nossa viagem coletiva pelos bosques da ficção do que nos pontos finais da jornada, pois, no fim, a arte em sua primária proposta é o entretenimento. Através do divertir-se com a obra, surgem as dúvidas e quem sabe, portas de compreensão para mim, para você leitor e para a própria imprecisão, confusão e falta de sentido na vida.

Eraserhead é daqueles filmes que estarão sempre presentes nas listas de filmes mais estranhos, confusos e cult underground. Daquelas listas de filmes que são necessários anos e mais anos de estudo para se conseguir atingir um pleno entendimento do que a obra se trata. O primeiro contato do crítico que aqui vós fala foi em um contexto bem específico do aflorar “cinéfilo” de um jovem adulto ainda fazendo cursinho pré-vestibular dado a querer absorver todas as grandes questões do mundo e obter o máximo de referências ocultas nas artes em que era e é entusiasta ainda nos dias de hoje. Era o filme que positivou em seu checklist de interesse em quase tudo, com exceção dos anos de estudo e, mal sabia ele, não entregariam quase nenhuma resposta precisa. Foi uma experiência no mínimo traumática, pois nunca havia percebido até a recente experiência de revisitação o quanto o cinema lynchiano – se assim nos darmos a liberdade de alcunhar – é temeroso, horroroso, medonho e assustador.

É uma experiência única que foi jogada de escanteio no inconsciente por ter sido confuso, mas todos os momentos transcendentais em seu horror ainda estavam em minha memória, mesmo após longos dez anos. Se tornou o filme bagagem para ser citado em conversas e mostrar que sabia sobre cinema. Nada mais que isso, afinal, David Lynch possui muitas outras obras mais maduras, desenvolvidas e maturadas conforme o diretor envelhecia e afiava seu gosto – uma afirmação que é completamente errada, boba e imatura de um jovem adulto que queria ser incluso na conversa dos grandes sobre cinema. Eraserhead já possuía em seu apogeu tudo o que David Lynch foi e é até os dias de hoje criativamente. Há novas experimentações e buscas por evoluções, mas no que tange ao surrealismo quase espiritual de Lynch, Eraserhead é a primeira e definidora obra de sua trajetória enquanto diretor, produtor e roteirista.

E não há como abrir uma crítica sobre David Lynch sem a referência máxima de estreia do movimento surrealista e a sua principal base ideológica:

O surrealismo é o “raio invisível” que um dia nos fará vencer os nossos adversários. “Não tremes mais, carcaça.” Neste verão as rosas são azuis, a madeira é de vidro. A terra envolta em seu verdor me faz tão pouco afeito quanto um fantasma. VIVER E DEIXAR DE VIVER É QUE SÃO SOLUÇÕES IMAGINÁRIAS. A EXISTÊNCIA ESTÁ EM OUTRO LUGAR. (BRETON, André. Manifesto do Surrealismo, 1924).

 

 

Talvez através de toda essa estranheza, o surrealismo exprima em sua aparente total falta de significado o próprio símbolo do não entendimento. E não há problemas na noção de “não entender”. Vive-se em mundo contemporâneo em que tudo precisa ter rastreio na racionalidade, em um que “científico” que é condizente com o lado de oposição que é negacionista, fascista e relativista de muitos fatos, porém esse espírito advindo do iluminismo positivista gerou resultados nocivos. A crise climática tão vigente, um silencioso temor nuclear e todas as atrocidades que acompanham a humanidade em sua derradeira trajetória trágica pendente para a total falência do conhecimento. Talvez seja no surrealismo que exista um recanto – muitas vezes assustador – reflexos dessa vida sem sentido, que através de seus símbolos aparentemente sem conexão, tudo se conecte para que a “fantasia” e o “maravilhoso” sejam realçados novamente. A solução reside no que há de imaginário, mas, com a consciência de que existem recantos sombrios, medonhos e muitas vezes aterrorizadores que precisam ser combatidos constantemente em prol do encontro eucatártico com a felicidade, embelezamento e encantamentos da juventude inocente da criança que pouco sabe dos dementadores que rondam a humanidade do século XXI.

É nessa total aparente falta de sentido em que reside a porta de abertura nomeada Eraserhead. Uma obra que busca o desconforto incrivelmente silencioso, temerário, sufocante, desesperador e desgraçadamente belíssimo. Existe algo mais surreal do que isso? A beleza da conexão entre conceitos opositores que em qualquer outra proposta narrativa geraria a impressão do erro de roteiro, da predisposição de afirmar que o diretor propõe muito sem fazer absolutamente nada com sentido. Será mesmo?

 

 

Um mundo dos sonhos quase apocalíptico, beirando à formulação dos piores pesadelos imaginados, com seres humanos quase alienígenas em seu comportamento convivendo em uma realidade decadente, claustrofóbica rodeada pela estética dos encanamentos, fábricas, fumaças e cinzas. O preto e branco que predomina no filme remete à beleza onírica do “Expressionismo Alemão” do período cinematográfico entre guerras na Alemanha, especificamente da República de Wëimar (1919 à 1933), que reinam absolutos clássicos para entusiastas de cinema: Dr. Mabuse, Metropolis, O Vampiro de Dusseldörf, Gabinete do Dr. Caligari, Nosferatu e etc; em que são poucas as falas expositivas e se entende muito através das expressões das personagens. O mundo de Eraserhead evoca esse estopim, somando em suas referências antigas do surrealismo, principalmente de O Cão Andaluz (1929), de Luis Buñuel e Salvador Dali, com pitadas de uma aura grotesca, violenta e absurda demais. A realidade de Eraserhead é de uma beleza nuclear, radioativa e intoxicante de um mundo que foi quebrado para nunca mais retornar ao que é denominado como “normal” para nós, e advém das polarizadas luzes, das sujeiras e dos elementos corrosivos do ambiente. Parecem quadros de terror que geram a ansiedade do afastamento – de não desejar que aquela realidade se torne a nossa – e simultaneamente há uma certa apreciação pelas precisas escolhas na montagem das cenas pela direção de fotografia (Frederick Elmes e Herbert Cardwell) que tem um cuidado exímio na composição dos quadros, o que gera essa fascinação pelo horror exalado do longa-metragem. Por isso, lembre-se, as sombras possuem sua beleza, seu realce sedutor, porém, perigosas, ligeiras, perspicazes em esconder seus segredos. Tome cuidado para não cair nessa maravilha sagaz, afinal, são nas sombras que residem as mais grotescas criaturas e horrendos desejos.

Tudo está quebrado, não há um único e singelo centímetro que não é tocado pela sujeira, ruína e melancolia. Os seres humanos estão quebrados, uma sociedade alienígena que pretende se comportar tal qual a nossa referência de normalidade. Uma doença respira através da tela e, o público testemunha cada centímetro da ruína decadentista dessa realidade paralela. É visível que algo está quebrado, caminhando pelo absurdismo lynchiano que iria gerar reflexos – o que será comentado no futuro – até a realidade fantástica de Twin Peaks (principalmente na terceira temporada).

Henry Spencer (Jack Nance) nosso protagonista anda assustado entre a paisagem urbanística nebulosa, suja, corrupta e onírica, um mundo manipulado por uma entidade que reside em uma aparente lua, dotada de poderes incompreensíveis que envia um filho para Mary (Charlotte Stewart) que saiu uma única vez com Henry e engravida de uma das figuras mais assustadoras do cinema. Henry é “convidado” por Mary para ir jantar na casa de sua família, lá descobre sobre essa gravidez e que Mary inclusive já deu luz à criança, com a interação mais bizarra, esquisita e desconfortável possível com cada personagem que compõe aquele quadro familiar. O fundo sonoro quase remonta um disco de vinil riscado com nenhum som gravado a não ser o próprio chiado do microfone. Tudo aparenta doença, corrupção, escuridão, como se algum passo errado fossemos testemunhar algum segredo irreconhecível daquela realidade que nunca mais se afastaria das nossas mentes – e mal sabe o público que essa figura maligna irá se manifestar em poucos minutos. Os silêncios gritam e as interações incomodam, não havendo um núcleo que dê rastros de humanidade. O protagonista é o único que transita – mesmo que bem distante – do que resta de “humano”, porém, mesmo com uma inocência transviada, não é uma testemunha confiável, seu apartamento é podre, ecoando as sombras temerárias daquela realidade vil. Saltam-se os potências interpretativos, com variados eixos possíveis de seguimento, porém, a trilha que seguiremos tentará manter os pés ao máximo no chão, evitando hipérboles, metáforas do absurdo ou até mesmo o suporte teórico da psicologia. Demandaria muito tempo e iriamos cair nas mesmas estratégias dos já tantos vídeos ensaios sobre a obra de Lynch.

Há um enfoque necessário e, ele é o que mais acompanha aquele que ousou explorar suas minutagens: aquilo que muito forçosamente pode ser chamado de criança. O “filho” e o peculiar cuidado da equipe de produção para transmitir cada sensação que ela emana – aura e odor – é intraduzível. Os olhos, suor, ruídos e movimentos promovem arrepios até mesmo no interlocutor mais indiferente e insensível. As sensações somadas a todo ambiente surrealista, onde cantoras imaginárias se manifestam em aquecedores, com músicas cíclicas, com as chuvas aterrorizantes e ventanias que exaltam calafrios, geram uma mescla de impressionismo singular para a obra. É uma claustrofóbica prisão que só nos libertará quando os créditos subirem, pois, a partir do momento em que a “criança” aparece, a respiração estará contida e a ansiedade inicia seus gritos sufocados por liberação. É incontável quantas vezes contive o instinto de pausar o filme e buscar distrações que aliviassem a opressão narrativa, que possui um ritmo insano e bizarro. Cada interação com a criança por parte do protagonista, que busca humanizar e cuidar da “criança”, agonizando por suas frustações e desejos de sanar sua própria alma com o fim daquela responsabilidade. Simpatizamos com a mãe que não retorna, que se refugia na distante realidade familiar, deixando ao “pai” para lidar com a falta de sono, os repetitivos choros e a queda estrutural física do apartamento que reflete a loucura interna do protagonista.

 

 

Porém, há uma repulsa pelo desvio comportamental: a busca pela libertação e a loucura situacional de uma personagem introvertida, que idealiza o cenário ideal familiar para, segundos depois, sonhar com o fim daquele cenário. De alguém que abraçou uma responsabilidade que em poucos dias se arrepende, perdendo os últimos dias de suas férias do trabalho, alguém que não parece entender nada do que está acontecendo, caminhando junto das ondas eventuais que aquele cenário insano impõe diante de sua persona. É um conflito que acompanha a trajetória da humanidade, principalmente no Séc. XXI com a inevitável decadência do sistema capitalista, em que a constituição de uma família está em crise e falência devido aos contrastes absurdos em que a população humana se depara. Por isso, é tão familiar e concreto o desespero vívido por essas personagens e, exatamente pelo mesmo aspecto dentro de todo o surrealismo que predomina no eixo estético e narrativo, a “realidade” permeia por todos esses segredos e símbolos que parecem tão difíceis de decifrar, afinal

“A essência do fantástico reside na sua capacidade de expressar o sobrenatural de uma forma convincente e de manter uma constante e nunca resolvida dialética entre ele e o mundo natural em que irrompe, sem que o texto alguma vez explicite se aceita ou exclui inteiramente a existência de qualquer deles” (FURTADO, 1980, p. 36).

Não existe, como já foi dito previamente, uma resposta conclusiva se as realidades lynchianas são analogias com questões pessoais do diretor que não possuímos acesso; se refletem críticas sobre a jornada trágica da humanidade; se abraçam o completo significado ou significante; ou é uma absoluta busca pelo prazer estético das diferentes escolas artísticas. São todas elas e ao mesmo tempo nenhuma, pois, o que reina é a predominante ascensão em seu cinema de um conceito referencial nas obras de arte que hoje pouco são exaltadas: a interpretação do indivíduo. Esse conceito é reinante na literatura, afinal, a leitura como um ato exclusivamente individual do sujeito, utilizando das ferramentas guias que são as palavras, permite que cada singelo ser que ousa explorar as páginas de um livro floreiem sua imaginação com a criatividade e referências imaginárias pessoais. Se mil pessoas lerem exatamente as mesmas descrições de uma personagem, no exato momento de término de leitura, irão se manifestar mil variações da personagem: não há padronização do pensamento – e por isso a leitura é um objeto constantemente atacado e desvalorizado. Vale ressaltar que essa característica não é única da leitura, afinal há o modelo de literatura anterior e, inclusive mais variável ainda, pois, não há fixação do interlocutor que narra a história na literatura oral. O cinema é fruto da trajetória histórica dessas artes anteriores, porém, enfraquecido em suas possibilidades: a imagem é por sua natureza capacitada do sequestro imaginário, afinal, fixa em suas variáveis (desenho, foto, cinema, quadrinhos etc.) um modelo rígido, pois é naturalmente imagética. A personagem é fixada, não há versão variável, em uma sala de cinema: todos testemunham os mesmos quadros, as mesmas sequências, trilha sonora e, adiante ao final, saem com a mesma “experiência” imagética. O que, então, é variável nessa experiência cinematográfica? A subjetividade de cada indivíduo que interpreta, significa e apreende o longa-metragem.

Entende-se, então, o fenômeno das variadas formas de tentar “entender” a obra de Lynch, as contraditórias afirmativas e a incessante necessidade de buscar a “resposta definitiva final que soluciona todos os mistérios”. Não se existe o estímulo do livre pensar, da resposta vaga, do mistério que possui ciclos de respostas, daquilo que é e não é ao mesmo tempo. A contemporaneidade não se contenta com os mistérios, tudo precisa estar em gavetas, estruturado, dividido, classificado e individualizado com todas as “causas e consequências” rotuladas e arquivadas. O cinema contemporâneo, principalmente Hollywoodiano abandonou as mazelas os diretores que ousavam explorar esses âmbitos, restam poucos nas trincheiras que visam lutar por uma obra autoral, única e desafiadora. Lynch é um símbolo dessa velha escola, que ousava adicionar elementos que muitas vezes só apareceram em sua mente por serem estéticos, interessantes, legais. É necessário realmente uma resposta?

Pois, a resposta está com o público, afinal, o filme, produto da produção cinematográfica, tal qual qualquer outro campo artístico, ganha vida a partir do momento em que é recepcionado pelo público. Por mais ditatorial que a imagem possa ser e sequestrar nossa livre imaginação, ainda ditamos o ritmo da interpretação, ainda é o próprio público que internaliza a experiência e busca significar. Por isso pouco importa o que o diretor falou, o que o crítico disse, pois, no fim, somos canais para liberar seu próprio potencial imaginário para interpretar e experimentar as artes visuais do cinema. Lynch se consagra um mestre no manuseio do fantástico, pois, nunca entregou em entrevistas e artigos respostas que matassem o infinito potencial de discussão dos diversos elementos em sua obra. Permita-se buscar, sem medo, sua própria versão do universo cinematográfico de Lynch e de todos os outros em que seu coração residir na essência prazerosa da apreciação artística. E daí, parte-se da essência do fantástico, pois, “ser ou não ser, eis a questão!”, existem essas forças sobrenaturais ou não? Testemunhamos no filme um mundo alternativo horroroso onde os seres humanos não são adequadamente humanos, mas, em uma perspectiva autorreflexiva, na rotina da realidade social humana demasiadamente humana não existem o tempo inteiro essas “estranhezas”? Esses horrores? Essas interações que beiram a vergonha alheia por quebrarem aquilo que é considerado normativo? Estamos rodeados dessa realidade “alienígena” e “esquisita” que por muitas vezes jogamos para debaixo do tapete e seguimos nossas vidas. Ao ligar as redes sociais, acessar os canais de notícias, existem literais bombardeios informando das variadas, criativas, atrozes e horrendas ações da humanidade? O quão distante é nossa realidade da “realidade” do filme? Não viveríamos nós mesmos em um pesadelo com respingos de sobriedade, luz e emancipação? Não é uma constante luta para atingir a felicidade, alegria e harmonia? Os paralelos, então, entre a narrativa ficcional surrealista, esse sonho distorcido e obscuro conseguem se misturar com a nossa própria percepção do que é real.

Talvez, somente talvez, exista uma luz no fim do túnel dessa labiríntica crítica cinematográfica de abertura. Talvez a resposta esteja no limiar entre as cores brancas e pretas que residem na essência de Eraserhead. Talvez a resposta resida no que é intangível, naquilo que está para além da concretude corruptora das realidades misturadas. Naquela residência ímpar, plena e afastada dos pecados da própria humanidade, o próprio Céu, com “c” maiúsculo:

 

In Heaven

Everything is fine

In Heaven

Everything is fine

In Heaven

Everything is fine

You got your good things

And I’ve got mine

 

E, nesse inferno, onde residem essas criaturas bisonhas, Henry Spencer abraça o intuito ímpar da natureza humana: a curiosidade de descobrir o que há por baixo das fitas curativas em torno do filho-monstro. Quando as corta, descobre o pesadelo final e máximo do longa, que adentra no inconsciente e reside escondido para retornar em noites de pensamentos intrusivos. Encara a verdade e a verdade não somente o engole, obrigando o próprio público a seguir seu destino de insanidade. Porém, ressalta-se dentro de toda atrocidade pavorosa um pináculo de esperança esfiapado: que o céu existe e lá tudo está bem, onde as coisas “bondosas” residem dos indivíduos retorcidos da mundana realidade narrativa. Daí advém a esperança dentro de todo esse horror, pois, em algum momento nós acordamos, despertamos do pesadelo e tentamos seguir nossas vidas apesar de todas as contradições e mistérios que vivenciamos na convenção chamada realidade. E tal qual a realidade, quando os créditos finais de Eraserhead sobem, o pesadelo acabou. Agora, resta-nos seguir viagem e explorar todo o potencial do restante da carreira do fenômeno chamado David Lynch.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRETON, Andre. Manifesto do Surrealismo, 1924.

FURTADO, Filipe. A Construção do Fantástico na Narrativa, Ed. Horizonte, 1980.


Filme: Eraserhead
Elenco: Jack Nance, Charlotte Stewart, Jack Fisk, Judith Anna Roberts, Laura Near, Toby Keepler
Direção: David Lynch
Roteiro: David Lynch
Produção: Estados Unidos
Ano: 1977
Gênero: Terror, Fantasia
Sinopse: Henry e Mary têm um bebê que nasceu prematuro e é desumano. Quando a mãe os abandona por não conseguir suportar seu terrível aspecto, Henry deve se esforçar para cumprir seu papel de pai solteiro.
Classificação: 16 anos
Distribuidor: Lume Filmes
Streaming: Mubi
Nota: 9,0

 

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