CRÍTICA – DROP: AMEAÇA ANÔNIMA

CRÍTICA – DROP: AMEAÇA ANÔNIMA

Ver um filho em perigo já é uma situação desesperadora. Agora, quando se está distante e não pode salvá-lo enquanto recebe mensagens anônimas e tenta fazer tudo parecer normal no primeiro encontro, é realmente de dar nos nervos. E é isso que acontece em Drop: Ameaça Anônima, o mais recente longa de Christopher Landon. Seguindo o estilo de filmes em que pais passam por situações sufocantes para garantir a sobrevivência de suas crianças, dessa vez todas as ameaças se fazem por meio de uma simples troca de mensagem. Apesar de singela, a tensão criada pelas cenas é palpável.

Sendo bem diferente dos seus famosos filmes lançados anteriormente, o diretor se aventura em um suspense dramático com uma tentativa de comédia. Pessoalmente, acredito que a falta de um humor mais irônico, como ocorre nos filmes de A Morte Te Dá Parabéns, pode criar um filme meio fraco para aqueles que estão lidando pela primeira vez com as obras de Landon. Mas é inegável que o longa foi construído de forma que seja atemporal, com temáticas como relações abusivas e personagens com personalidades que nunca saem de moda.

O simples fato de, diferente da maioria das obras desse tipo, ser uma mãe salvando o próprio filho traz um diferencial genuíno. As atuações não deixam a desejar e, mais uma vez, Landon cria personagens femininas que são instigantes e corajosas, e que condizem com suas narrativas e experiências.

Além disso, com uma premissa genérica e muito utilizada, o filme consegue misturar bem o já batido plot de resgate de um filho com a inovação da tecnologia como forma de ameaça. Mesmo sem um grande diferencial, a atenção do espectador consegue ser capturada uma vez que, com o aparato tecnológico, toda e qualquer ação da protagonista vem da pressão de estar constantemente sendo observada. Com cada passo calculado, a personagem consegue lidar com essas situações de risco de maneira perspicaz, ao mesmo tempo que transmite o desespero dela por meio de resoluções rápidas e tensas que aderem ao ritmo frenético do filme, apesar de ser passado quase inteiramente no mesmo local. A desconfiança generalizada bem construída na atmosfera corrobora para os plots twists na trama.

Porém, a tensão criada pelo longa não é suficiente para realmente agradar a maioria. Justamente por se tratar de uma trama nada inovadora, o filme perde grande parte do seu potencial ao não explorar partes cruciais para o aprofundamento dos personagens. Seja o passado de Violet e o relacionamento abusivo, seja sobre seu par Henry e seu emprego como fotógrafo, as informações são simplesmente citadas como justificativas para pontas soltas da história, sem que as pessoas que assistem possam realmente se conectar com os personagens e explorar seus sentimentos complexos.

Um ponto interessante que vale a pena ser mencionado é a forma cono decidem mostrar a troca de mensagens, por meio de imagens do celular ou do texto no meio dos frames, de forma criativa e fugindo de uma monotonia. Pelo fato do filme se basear em grande parte nisso, é um detalhe essencial para que a obra não acabe seguindo um ritmo arrastado, algo que é evitado muito bem.

Podemos dizer então que Drop: Ameaça Anônima é, definitivamente, um filme já feito. Pode não ser a mais nova obra prima do gênero, mas é divertido de se assistir. Traz perspectivas interessantes sobre autoconfiança e consequências de um trauma, porém não se torna um filme marcante. Entretanto, é interessante ver um diretor que não se prende ao mesmo formato de filme que lhe trouxe reconhecimento, e sim explora diferentes subgêneros de terror. Com certeza ainda veremos mais dele, seja isso visto de maneira positiva ou negativa.


Filme: Drop (Drop: Ameaça Anônima)
Elenco: Meghann Fahy, Brandon Sklenar, Violett Beane, Jacob Robinson, Reed Diamond, Gabrielle Ryan, Jeffery Self
Direção: Christopher Landon
Roteiro: Jillian Jacobs, Christopher Roach
Produção: Estados Unidos
Ano: 2025
Gênero: Thriller, Mistério
Sinopse: Uma mãe viúva, em seu primeiro encontro em anos, chega a um restaurante de luxo e fica aliviada que seu possível parceiro, Henry, é mais charmoso e bonito do que ela esperava. Mas a química deles se perde quando Violet começa a ficar irritada e, depois, aterrorizada por uma série de mensagens anônimas em seu telefone.
Classificação: 13 anos
Distribuidor: Universal Pictures
Streaming: Indisponível
Nota: 5,0

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