Um dos assuntos mais importantes da atualidade no Brasil é o tema da MOSTRA CINEMA E MINERAÇÃO, que acontece entre 26 e 29 de julho, no espaço Nave (R. José Bento, 106 – Cambuci), e contará também com debates sobre os temas abordados nos longas. O evento é promovido pelo O Instituto Camila e Luiz Taliberti.
Com o objetivo discutir os prejuízos e riscos da mineração, além de conscientizar o público a partir dos filmes e debates, a Mostra exibirá quatro longas e promoverá discussões sobre as questões abordadas neles. Os filmes exibidos serão: “Ode ao Choro”, de Cecília Engers; “Lavra”, de Lucas Bambozzi; “A ilusão da abundância”, de Erika González Ramirez e Matthieu Lietaert; e “O lugar mais seguro do mundo”, de Aline Lata e Helena Wolfenson, sendo que esses dois últimos são inéditos em circuito comercial.
Os temas vão desde a tragédia de Brumadinho à vida de um jovem cuja cidade onde morava foi soterrada pelo rompimento de uma barragem de rejeito de minério. São filmes de extrema relevância social e política. “A ilusão da abundância”, por exemplo, foi exibido no Parlamento Europeu, enquanto “O lugar mais seguro do mundo” foi premiado no Festival DocLisboa.
Já “Lavra”, foi premiado no Festival de Brasília e na Mostra Ecofalante, além de exibido evento internacionais como no Hotdocs de Toronto, no 26º Festival de Cine de Lima, tendo recebido uma menção honrosa no XVII World of Knowledge em São Petersburgo, e o Prêmo Signis no 16º Atlantidoc. E “Ode ao Choro” fez parte da Mostra de Cinema Paulista, promovida pelo SESC.
Como ferramenta de discussão, a MOSTRA CINEMA E MINERAÇÃO traz histórias pessoais de luta e resistência que acontecem no Brasil e na América Latina. Os debates após as sessões enriquecerão a experiência dos filmes.
SERVIÇO
Mostra Cinema e Mineração
Local: Espaço Nave (R. José Bento, 106 – Cambuci – São Paulo)
Local: R. José Bento, 106 – Cambuci, São Paulo
Data: 26 a 29 de julho de 2023
Horários:
Exibição filmes: 19:30
Mesas: 21:00
Encerramento: 22:00
Programação completa
Dia 26/7/23 (quarta-feira) às 19:30
Filme: Ode ao Choro, de Cecília Engels
Tema mesa: Travessias da vida
Mesa confirmados: Cecília Engels e Carla (Casa Frida). Mediação Helena Taliberti
Dia 27/7/23 (quinta-feira) às 19:30
Filme: A Ilusão da Abundância, de Erika González e Matthieu Lietaert
Tema mesa: Mulheres, Mineração e Meio Ambiente
Mesa confirmados: Carolina de Moura. Mediação: Malu Ribeiro (SOS)
A confirmar: Natalie Unterstell
Dia 28/7/23 (sexta-feira) às 19:30
Filme: Lavra, O Filme, de Lucas Bambozzi
Tema mesa: Máquina do Mundo
Mesa confirmados: Lucas Bambozzi e José Miguel Wisnik
A confirmar: Prof. Luiz Marques
Dia 29/7/23 (sábado) às 19h30
Filme: O lugar mais seguro do mundo, de Aline Lata e Helena Wolfenson
Tema mesa: Vidas Rompidas
Mesa confirmados: Aline Lata, Helena Wolfenson e Marlon. Mediação: Julia Neiva (Conectas)
Mais informações sobre os filmes:
Ode ao choro
Direção e roteiro: Cecilia Engels
O filme é um passeio pelo luto de Cecilia, diretora de cinema há 14 anos. Em 2019 ela viu sua vida virar de ponta cabeça quando, no rompimento da barragem de Brumadinho, sua melhor amiga morreu. Em busca da restauração de seu trauma, Cecilia se encontra com algumas pessoas que a estimulam a falar sobre a morte e o luto. Por um recorte autobiográfico, a diretora vira personagem da obra para falar sobre seus medos, sua fé e sua percepção da morte.
A ilusão da abundância
Direção: Erika González e Matthieu Lietaert
Apesar do desequilíbrio de poder, Bertha, Carolina e Máxima compartilham um objetivo em comum: liderar a luta contra os conquistadores modernos.
Em um ambiente em que os governos e corporações, envolvidos em uma corrida global por crescimento ilimitado, precisam obter as matérias-primas mais baratas, essas três mulheres contam uma história de coragem implacável: como continuar lutando para proteger a natureza quando sua própria vida está em risco? Quando repressão policial, assédio corporativo, agressões ou até mesmo ameaças de morte fazem parte de sua rotina diária?
A ilusão da abundância não se trata apenas das pessoas que pagam o preço alto do “desenvolvimento” e do “progresso”. É, acima de tudo, um filme sobre a globalização da luta socioambiental e do esforço para perseguir as corporações transnacionais e alcançar a justiça, em qualquer parte do mundo: três mulheres que arriscam suas vidas para proteger nosso planeta.
Lavra
Direção: Lucas Bambozzi
O filme narra a jornada da geógrafa Camila a partir do rio Doce, contaminado pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, que varreu povoados do mapa e matou 19 pessoas. Em uma espécie de road movie, Camila segue o caminho da lama tóxica, deparando-se com paisagens, comunidades e pessoas devastadas, até que outra barragem que se rompe, em Brumadinho, matando cerca de 300 pessoas. Ao ver a tragédia de perto, ela sente-se pela primeira vez atingida e se envolve com movimentos de resistência.
O lugar mais seguro do mundo
Direção: Aline Lata e Helena Wolfenson
O filme acompanha Marlon, um jovem cuja vida foi transformada depois que sua cidade foi soterrada pelo rompimento de uma barragem de rejeito de minério. Refugiado de sua casa, ele enfrenta novos desafios e presencia a repetição de mais uma tragédia da mineração no Brasil. “O lugar mais seguro do mundo” é a forma de Marlon se referir ao seu lugar de origem, hoje cercado por câmeras e seguranças. Ironicamente, ele garante que nada mais pode acontecer lá.
Sobre o Instituto Camila e Luiz Taliberti
O Instituto Camila e Luiz Taliberti foi criado em julho de 2019 por iniciativa dos amigos e familiares de Luiz e Camila, vítimas fatais do rompimento da barragem em Córrego do Feijão, Brumadinho (MG) ocorrido em 25 de janeiro daquele ano, e tem como missão atuar em temas socioambientais, a defesa dos direitos humanos, o empoderamento de grupos vulneráveis, especialmente mulheres, e a proteção do meio ambiente contra ações danosas.
Fonte: Instituto Camila e Luiz Taliberti