Inicialmente, é válido pensar que vilões, sendo pessoas, sentimentos ou situações, são necessários. Para que o enredo de uma obra possa ir para frente, algo deve entrar em conflito com quem protagoniza. Dificilmente o público vai se identificar e querer acompanhar uma história em que o protagonista consegue tudo que quer de forma fácil. O conflito, a vilania, vem justamente para movimentar o arco principal.
Todo vilão bem construído é carismático de alguma maneira. Ou é engraçado, sedutor, ou até mesmo assustador. Acredito que o importante é ele persuadir o espectador o suficiente para que a gente entenda suas motivações e até, muitas vezes, torcer por ele. Quando conhecemos suas motivações e compreendemos sua consistência, criamos empatia e esperamos para ver o que está por vir. São personagens que adoramos odiar, ou odiamos adorar. Muitas vezes até sabemos o que vai acontecer antes dos mocinhos, mas a expectativa é o que nos motiva. A Yzma, de A Nova Onda do Imperador, por exemplo, é uma das minhas vilãs favoritas das animações. Além de ser engraçada e expansiva, ela elabora seus “planos infalíveis” que, no fim das contas, sempre acabam dando errado das formas mais inusitadas e engraçadas possíveis. Além da personalidade, o que mais atrai nessa personagem e no seu arco é justamente saber como seus planos darão errado, e isso é divertidíssimo.
Se pensarmos em histórias clássicas ou nos filmes que crescemos assistindo, normalmente os mocinhos são sempre sem defeitos, ingênuos e gentis de uma maneira cansativa. É muito difícil nos identificarmos com esses personagens. Já os vilões, são seres tridimensionais, com muitos erros, mas algumas qualidades. Geralmente as atitudes que eles tomam têm um porquê, seja ele compreensível ou não. Sendo sincero, normalmente os vilões possuem a cara de pau de fazer o que nós não temos coragem devido às normas sociais ou simplesmente pelo bom senso, não é mesmo? Claro que às vezes o motivo é a mais pura maldade daquela figura, mas muitas vezes é só uma audácia que adoraríamos ter em certas ocasiões. O Gru de Meu Malvado Favorito é um dos que eu mais me identifico em alguns momentos: mal humorado, sarcástico e ranzinza. De vez em quando quem não gostaria de assumir a personalidade do Gru? A gente se identifica!
Pensando nesse tema, reuni aqui alguns dos meus vilões favoritos do audiovisual e seus respectivos filmes. Alguns são grandes ícones, outros são carismáticos e alguns extremamente desequilibrados, mas todos têm um lugar no meu coração.
- Norman Bates (Psicose/ Bates Motel)
- Hannibal Lecter (O Silêncio dos Inocentes/ Hannibal)
- Coringa (em especial o de Heath Ledger e o de Joaquin Phoenix)
- Annie (Louca Obsessão)
- Chucky (gosto muito de toda a franquia, principalmente da série)
- Ghostface (sou apaixonado por Pânico)
- Úrsula (A Pequena Sereia)
- Hades (Hércules)
- Cruella (101 Dálmatas/ Cruella – incluindo a da Glenn Close)
- Regina George (Meninas Malvadas)
- Zulema (Vis a Vis)
- Irmã Mary Eunice (American Horror Story: Asylum)
- Zé Pequeno/ Dadinho (Cidade de Deus)
* existe um lado meu extremamente noveleiro, então não vou nem citar os vilões de novela, pois vou ficar aqui escrevendo por dias e mais dias
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