The Last Of Us: 5 produções para entrar no clima

The Last Of Us: 5 produções para entrar no clima

Lançado originalmente para PS3, The Last Of Us conquistou rapidamente uma legião de fãs ao redor do mundo. Graças a sua narrativa primorosa — repleta de reviravoltas, terror, suspense e uma carga dramática intensa —, personagens cativantes com arcos muito bem desenvolvidos, gráficos lindíssimos e uma jogabilidade que tirava proveito dos principais recursos daquela geração. Em outras palavras, The Last Of Us entrega uma experiência completa que todo gamer busca ao jogar um jogo de história que, além de tudo isso, conferiu novas perspectivas ao saturado gênero de survival horror em cenários pós-apocalípticos.

Era questão de tempo até que o jogo seguisse o mesmo caminho que Resident Evil, o seu de “primo de gênero” mais velho, e ganhasse uma adaptação dos consoles para as telas – seja do cinema ou da TV. Após um um projeto de filme cancelado (ainda bem) em meados de 2014, The Last Of Us encontrou, enfim, a luz do dia nas mãos da HBO no formato seriado que irá estrear com episódios semanais no dia 15 de janeiro de 2023 e com um desafio de “quebrar a maldição das adaptações de jogo”.

À primeira vista a produção é promissora, mas só saberemos no dia estreia e após a conclusão do último episódio. Enquanto isso, para entrar no clima dessa tão aguardada adaptação, separamos uma lista com 5 filmes ambientados num mundo pós-apocalíptico e com personagens em jornadas em que o objetivo final está longe de ser o mais importante.

1) Logan (Logan, 2017)

É praticamente impossível começar uma lista com essa temática e não iniciar com o longa que serviu como despedida de Hugh Jackman no papel de Wolverine. A premissa de Logan possui claras referências ao jogo da Naughty Dog: em um mundo que os mutantes estão praticamente extintos, Logan, completamente debilitado emocionalmente e fisicamente — tal qual Joel —, precisa usar suas últimas forças para salvar uma menina mutante (Dafne Keen), com habilidades e temperamento similares aos dele, das garras de uma corporação.

Só com essa breve sinopse fica perceptível as similaridades narrativas, só que elas não param por aí. O roteiro de James Mangold (coescrito com Michael Green e Scott Frank) incorpora muito da dinâmica de Joel e Ellie em seus personagens. Logan está quebrado e seu arco embalado pela música ‘Hurt’ de Johnny Cash tem muito a ver com a solidão e depressão de Joel, que se tornou amargurado após perder o “seu tudo”. Enquanto isso, a X-23 é mais lacônica, o que destoa da verborragia da Ellie, mas as suas interações com o herói canadense funcionam igual a da dupla do jogo, pois resgata o lado “humano” (ou seria mutante?) e o senso de propósito que Wolverine havia perdido há tempos.

Disponível em: Star+ e Disney+

2) A Estrada (The Road, 2009)

Bem menos conhecido e muito mais divisivo do que Logan, A Estrada foi lançado em 2009 e muito provavelmente serviu como referência a The Last Of Us nas partes mais meditativas do jogo e nos embates entre a dupla Joel e Ellie e outros sobreviventes.

Na trama acompanhamos pai (Viggo Mortensen) e filho (Kodi Smit-McPhee de Ataque dos Cães em um dos seus primeiros papéis) viajando por uma América morta – devastada, escura, fria e cinzenta – com o objetivo de chegar ao Sul, que supostamente está quente e com vida. O longa fala sobre a incerteza da jornada, pois não se sabe o que se encontrará ao fim dela; questionamentos que Ellie, Joel e nós enquanto jogadores fazemos constantemente durante todo o jogo, o que cria todo o suspense e incerteza do que está ao fim jornada.

Disponível no HBO Max

 

3) Filhos da Esperança (Children Of Men, 2006)

Um dos filmes menos conhecidos e mais subestimados de Alfonso Cuarón, Filhos da Esperança narra uma humanidade estéril em que as mulheres não engravidam mais. Baseado num romance homônimo de P. D. James, a história mostra esse mundo em colapso e numa depressão global, após o humano mais novo do mundo — tido como uma celebridade — ter sido assassinado. Cercado de desesperança, Theo (Clive Owen) volta a acreditar no futuro após conhecer Kee (Clare Hope-Ashitey), uma mulher negra que engravida. Logo ele embarca numa missão de proteger e escoltá-la nesse mundo caótico através da lente do sempre incrível Emmanuel Lubetzki (Gravidade e Birdman).

Assim como The Last Of Us, o sentimento motor das tramas está na esperança, em ambos os casos materializados na figura de uma personagem – Kee, no filme, e em Ellie, no jogo –, que traz um sentimento de propósito para a missão dos dois protagonistas. O mundo em que as duas produções estão inseridas também possui as suas similaridades na maneira em que aborda os sobreviventes. Da mesma forma que há um esforço das duas partes de tornar o produto o mais próximo possível da nossa realidade: se em TLOU o fungo Codyceps é o responsável pela mutação (muito mais crível do que um vírus do ponto de vista biológico) em Filhos da Esperança, Cuarón evita os clichês de cenários distópicos e do futuro e decide mostrar o mundo como ele é.

Fora essa premissa para lá de interessante, o longa ainda vai além nos temas que discute, onde até antecipa a discussão da Crise dos Refugiados na Europa. Ao mesmo tempo que dialoga sobre fé, ganância e ideologia. Um pacote perfeito.

Disponível para aluguel nas plataformas digitais

4) Cargo (Cargo, 2017)

The Last Of Us nunca foi um jogo sobre zumbis, mas sim sobre relações humanas e o que nos torna (ou não) humanos. É sobre o que resta da humanidade no planeta Terra e em nós mesmos — “os últimos de nós”. No entanto, não tinha como terminar essa lista de indicações sem um filme de zumbi, ainda mais um que tenta juntar essa discussão supracitada com uma jornada de travessia e busca (ainda que nem sempre consiga harmonizar tudo). O filme é o australiano Cargo — protagonizado por Martin Freeman de Pantera Negra — que nos conta a história de um pai que tem apenas 48 horas de vida e precisa nesse meio tempo encontrar alguém confiável para cuidar de sua filha quando ele morrer. O longa tem ótimos momentos ao fazer a jornada do nosso herói encarar a sua própria mortalidade e cuidar da sua “carga” a qualquer custo.

Não é nenhum spoiler mas este é o arco principal de Joel no primeiro jogo: uma jornada pautada no instinto paterno (e não só de sobrevivente solitário) e consequentemente uma ressignificação de Ellie enquanto uma simples carga.

Disponível na Netflix


5) Stay (Stay, 2021)

Lembra que eu mencionei que The Last Of Us alcançou uma infinidade de fãs?! Pois bem, Stay é uma produção que mostra exatamente esse carinho e a admiração que a comunidade tem com o universo criado pela Naughty Dog. Neste curta que abre com uma releitura da cena do primeiro teaser de The Last Of Us II com a Ellie mais velha tocando violão, que serve apenas como objeto de contextualização e homenagem, acompanhamos um casal lutando para sobreviver neste universo através de clipes que mesclam momentos de frenesi com outros mais intimistas.

São apenas 7 minutos de história, mas desde os primeiros fica perceptível a dedicação dos envolvidos de fazer algo fiel com os pouquíssimos recursos que tem. Isso não só mostra como os fãs são apaixonados pelo jogo como afirma o potencial que The Last Of Us tem de expandir a sua narrativa para fora daquele núcleo, explorar melhor as anotações encontradas no jogo, os easter eggs, rastros do que um dia foi alguma coisa e muito mais desse universo que pulsa além do que é mostrado pelos olhos dos protagonistas.

Se existe algo mais empolgante para entrar no clima de estréia de TLOU do que um curta desse tipo, eu desconheço.

Disponível no Youtube

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