Esse filme, definitivamente, não é para todo mundo. Não trata sobre um assunto leve e possui gatilhos. Dito isso, O Caderno de Tomy fala sobre uma das doenças mais escrotas que existe (Câncer), fala sobre nossa finitude e impotência em determinados momentos e sobre despedidas e tudo o que não poderemos mais fazer.
Valeria Bertuccelli interpreta a personagem Maria que sofre de um câncer terminal e é mãe do pequeno Tomy. Sua forma de lidar, quando recebeu esta notícia, foi extravasando suas emoções de uma forma bem-humorada no twitter. Mas é claro que se por fora ela aparentava estar tranquila quanto a sua condição, era nítido uma preocupação crescente em seu interior.
E está aí a ideia do Caderno, o qual ela pede para seu marido, Federico (Esteban Lamothe), providenciar. Para, justamente, escrever aquilo que talvez ela não tenha tempo de dizer e/ou ensinar a seu filho.
Sem tentar enganar o espectador a direção assume desde o início qual será o desfecho do filme e isso nos poupa de surpresas ilógicas, nos deixando ciente de que o filme é bem realista.
“O que está vendo daí? – Nada muito bom, na verdade é bem feio.”
A pergunta feita por Maria ao seu marido, quando este abria a cortina era sobre a vista do quarto do hospital. Já a resposta tem muito mais a ver com a saúde de Maria, do que com o que estava para além da janela.
A cor azul que preenche todo o longa também não deixa dúvidas quanto ao sentimento que reina neste drama: Tristeza e melancolia. E novamente a direção quer deixar isso bem evidente.
“Qual a cor da tristeza? Essa.” O pequeno Tomy, então, aponta para a cor azul.
Mesmo com a dor e com a tristeza por saber que deixará de existir, acentuada, pela falta de crença, Maria em momento algum entrega os pontos. Esta força e a forma como lida com isso é extremamente revigorante e nos causa reflexões acerca da nossa, incondicional, pequenez quando se trata da morte.
O Caderno de Tomy é muito comovente e conta com atuações sem extravagâncias, porém potentes. Mas novamente deixo o aviso, não é para qualquer um.
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Filme: El Cuaderno de Tomy (O Caderno de Tomy) Elenco: Valeria Bertuccelli, Esteban Lamothe, Julian Sorin, Mónica Antonópulos, Mauricio Dayub, Malena Pichot Direção: Carlos Sorin Roteiro: Carlos Sorin Produção: Argentina Ano: 2020 Gênero: Drama Classificação: 12 anos Streaming: Netflix Nota: 7,1 |
Sobre o Autor
Esse filme não tem como não chorar. É lindo, intenso e tão triste. O club indica sempre mandando bem!