THE LAST OF US – EPISÓDIO 05

THE LAST OF US – EPISÓDIO 05

Caí de paraquedas na série The Last Of Us. Não sou do time “Playstation” e, assim, nunca joguei o jogo. A história tampouco eu conhecia, mas por ser a série do momento e por ter colunistas aqui do site empenhados em assisti-la e escrever sobre ela, me coloquei novamente na frente da TV para assistir a vários episódios, atividade que eu já não fazia a algum tempo.

Algo que constantemente fazem quando se trata de uma adaptação é compara-la com a obra original (livro, quadrinho, game e música), mas, como já citei no parágrafo anterior, eu a desconheço e, portanto, estou aqui apenas para discutir sobre a série e somente ela. E nesse texto, em especifico, irei tratar sobre o quinto episódio denominado “Resistir e Sobreviver”.

O que posso dizer em relação a minha intimidade com o tema da série é que, particularmente, gosto de filmes e séries de zumbis – ainda que aqui haja uma espécie de discussão sobre o termo empregado para indicar aqueles seres “mortos-vivos”: zumbi ou infectados? Mas o que me chama bastante atenção ao longo desses cinco episódios é que diferente do que foi realizado em The Walking Dead – série de sucesso com uma ambientação semelhante –, na qual os zumbis, já de início, se mostravam como a grande ameaça, é que aqui o caminho se apresenta no sentido inverso. Neste quinto episódio, por exemplo, temos uma figura que lembra um pouco a figura de Negan. Ela é a personificação da ordem daquele grupo de pessoas que tomou o poder das mãos da FEDRA – organização autoritária que comanda as ZQ’s (zonas de quarentena) – em Kansas City. Nos primeiros minutos o que vemos são cenas bem distantes do que vimos nos quatro primeiros episódios. Violência e mais violência. E assim nos perguntamos: Há diferença entre estes grupos (FEDRA e a Resistência)?

Mesmo que a personagem Kathleen, interpretada por Melanie Lynskey (Two And a Half Men), esteja ali em uma tentativa de mostrar autoridade, não é possível enxergar nela tal característica. A todo momento nos perguntamos como aquela personagem chegou ali e o que fez para conseguir esse posto de comando. Seu fiel escudeiro, o personagem Perry (Jeffrey Pierce) colocava muito mais medo por toda postura apresentada e, nesse sentido, até emprestou para Kathleen um pouco dessa atmosfera.

Ainda que muita coisa aconteça, o foco é todo em Kathleen e em seu desejo de vingança. Lembremos, o povo de Kansas City acabou de exterminar a FEDRA daquele local, mas a personagem só pensa em vingar a morte de seu irmão indo, inclusive, às últimas consequências, uma vez que negligencia e omite da população uma informação que afeta direta e tragicamente a segurança de todos. Ou seja, a série até o momento desenvolve as relações humanas. Se nos primeiros episódios pudemos experimentar o companheirismo entre Joel (Pedro Pascal) e Tess (Anna Torv) – até agora sem acreditar que a protagonista de uma das minhas séries favoritas, FRINGE, já saiu de The Last Of Us –, a confiança sendo adquirida entre Joel e Ellie (Bella Ramsey), o amor inabalável de Frank (Murray Bartlett) e Bill (Nick Offerman), neste quinto episódio somos apresentados à selvageria do homem, ao egoísmo, à total indiferença pela vida do outro.

O que contrapõe a tudo isso é a relação que vai se estabelecendo entre Ellie e Sam (Keivonn Woodard) que tentam a todo custo se manter alheio a tudo isso, como na cena em que estão em um grande salão subterrâneo jogando bola. Ellie tem papel fundamental, ela parece ser a única a conseguir pendular entre esses extremos, a inocência e a malícia, sem se perder, até o momento, em hora nenhuma. Sem duvidas a atriz Bella Ramsey é responsável por isso. Ela empresta a personagem um rosto indecifrável, que por algumas ações nos sentimos próximos a ela e em outras nos espantamos com tamanha frieza.

A série ainda é filmada através dos micro espaços, ou seja utiliza muito os ambientes fechados, duas pessoas em cada quadro e, assim, vai nos colocando próximos àqueles personagens para que sintamos o que eles sentem e tentemos aceitar as justificativas dadas para cada uma de suas ações/reações. Mas a verdade é que já passou tempo demais e, por isso mesmo, o que vemos ao final do episódio é uma demonstração do poderio que a série tem. É preciso saber em que dose este poder será utilizado nos próximos episódios. O que fica para o espectador é que o núcleo humano de The Last of Us, que a cada episódio é renovado, com exceção de Joel e Ellie, apresenta sempre uma curiosidade que vai sendo alimentada pouco a pouco e assim cada episódio chega ao seu fim sem ser cansativo mesmo, até então, não apresentando nada catártico como alguns estavam esperando.

A ambientação como citei no inicio dessa crítica lembra muito The Walking Dead, mas aqui mesmo as cenas da cidade destruída são pouco exploradas. Vemos muito pouco dos locais por onde a dupla de protagonista passa. Particularmente não me agrada, pois sinto que o ambiente, quando bem utilizado, contribui para a crença e na construção do medo. O que não ocorre aqui. Para Joel e Ellie pouco se mostrou realmente perigoso. Até o momento tudo se solucionou de forma rápida e simples.

Não que a série precise apresentar sempre um grande monstro, tal qual foi feito nesse episódio com o “Baiacu”, para assim ganhar a atenção, mas é de se esperar que ao sabermos e já termos sido apresentados a alguns tipos de infectados, estes comecem a surgir e a se portar como grandes ameaças, também.


Série: The Last of Us
Episódio: 05
Elenco: Pedro Pascal, Bella Ramsey, Lamar Johnson, Keivonn Woodard, Melanie Lynskey, Jeffrey Pierce
Direção: Jeremy Webb
Roteiro: Craig Mazin, Neil Druckmann
Produção: Estados Unidos, Canadá
Ano: 2023
Gênero: Ação, Aventura, Drama
Sinopse: Vinte anos após a queda da civilização, Joel é contratado pra tirar Ellie de uma zona de quarentena perigosa. O que começa como um pequeno trabalho, logo se transforma em uma jornada brutal pela sobrevivência (Sinopse oficial).
Classificação: 16 anos
Streaming: HBO Max
Nota: 8,0

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