Seguindo a programação para o mês de outubro, trago desta vez uma pequena lista de filmes em um gênero bastante explorado e com muitos bons e maus exemplares por aí: os filmes de vampiro. Da saga Crepúsculo a Nosferatu, esses filmes estão aí para todos os gostos e idades, e tenho certeza que todo mundo aqui já assistiu alguma obra dentro desse gênero.
1. Sede de Sangue (Bakjwi/Thirst, 2009)
Começo a minha lista por este que é um dos meus favoritos do gênero. Sede de Sangue é um filme sul-coreano de 2009 dirigido pelo cineasta Park Chan-wook (Oldboy, 2003).
Em Sede de Sangue, acompanhamos a história de um padre que se voluntaria a participar de um tratamento experimental na busca de conter um vírus mortal que está dizimando membros de uma comunidade cristã. Durante a missão, esse padre, interpretado por um carismático Song Kang-ho (Parasita, 2019), acaba contraindo o vírus e morre, para reviver com uma sede incomum por sangue. O longa, que retrata a luta entre fé e a nova realidade em que o padre está inserido traz elementos clássicos desse tipo de filme e a marca da direção de Park Chan-wook também se faz presente. A espiral caótica de eventos após a transformação do padre rende ótimas sequências de ação e violência e o final do filme é de uma beleza bizarra, como todo o resto da produção, e diria até romântico, encerrando o filme com chave de ouro.
2. Amantes Eternos (Only Lovers Left Alive, 2013)
Jim Jarmusch é um diretor que dificilmente decepciona, e com Amantes Eternos ele segue essa afirmativa. É bem difícil criar uma narrativa dentro desse tema sem parecer algo engraçado ou meio bobo. Difícil, mas não impossível.
Em Amantes Eternos, Jim Jarmusch traz para a atualidade um casal de vampiros vivendo a eternidade em nossos dias, cheios de angústias e cansados da dormência latente da sociedade atual. Esse casal, interpretado por Tilda Swinton e Tom Hiddleston entrega muita química e cumplicidade em tela, e o amor eterno que os une é plausível e belo. Aqui também temos uma pequena luta entre a ética da vida humana e a fome dos nossos protagonistas. Enquanto lutam para se alimentar em uma cidade abandonada, onde os poucos habitantes restantes “poluem” seus corpos com todo tipo de substância, esses protagonistas preenchem a tela com tristeza e solidão, trazendo para o espectador, de alguma forma, essa experiência de vida eterna, que na verdade não parece tão atraente assim.
3. Garota Sombria Caminha Pela Noite (A Girl Walks Home Alone at Night, 2014).
Esse é, talvez, o filme mais diferente da lista. Dirigido e roteirizado pela cineasta britânica Ana Lily Amirpour, seu longa de estreia traz uma história centrada na cidade fantasma de Bad City, lugar tomado pelo crime e longe das leis.
A protagonista, como o título do filme indica, é uma garota que caminha pela noite, sem medo dos perigos que a aguardam nas ruas desertas e empoeiradas de sua cidade. Aqueles que cruzam o seu caminho esperando conseguir alguma coisa a força acabam encontrando algo bem diferente do que gostariam, uma vez que essa personagem, que só sai durante a noite, utiliza desses momentos para caçar seu alimento, consumindo o sangue dos criminosos da cidade já quase que completamente vazia. A filmagem em preto e branco da produção dá a ela um ar de filme cult e a trilha sonora e fotografia são impecáveis. O filme não entrega cenas de muita ação e alguns podem até achá-lo um tanto parado, porém, se o espectador der uma chance, terá uma experiência bastante satisfatória assistindo esse.
4. O que Fazemos nas Sombras (What we do in the Shadows, 2014)
Este aqui é bastante diferente dos anteriores dessa lista. Dirigido e roteirizado por Taika Waititi e Jemaine Clement, O que fazemos nas sombras também traz vampiros vivendo nos dias atuais.
Diferente de Amantes Eternos, esse filme é cheio de momentos engraçados. Gravado em formato de pseudodocumentário, o longa traz a rotina de quatro vampiros que dividem uma casa. Esses “amigos” têm personalidades e modos de caçar completamente diferentes e é justamente isso que traz o humor para o filme. Algumas cenas são bastante trash e trazem também referências à cultura pop e até ao filme Nosferatu (1922), com um dos vampiros caracterizado como o conde Orlock do filme clássico. A química em tela dos três atores principais, Taika Waititi, Jemaine Clement e Jonny Brugh é o que dá o tom para o filme e é praticamente impossível não dar nenhuma risada com essa história que acabou sendo transformada em uma série de TV, que já segue para sua 5ª temporada.
5. Drácula de Bram Stoker (Dracula, 1992)
O último da lista é um clássico do gênero e o filme de vampiro que assisti mais recentemente. É inegável que o filme de Francis Ford Coppola tem alguns problemas de execução e de representação, porém, não podemos negar o seu status na cultura. Drácula de Bram Stoker é uma adaptação do livro mais famoso sobre esses seres míticos e cheios de representações nas mídias atualmente. O livro, que também é um clássico da literatura, foi inspiração e porta de entrada para a maioria dos filmes de vampiros que conhecemos hoje.
Aqui, temos a história de um corretor de imóveis que vai até a Transilvânia vender terrenos em Londres para um Conde recluso e um tanto misterioso. Esse Conde, que por sua vez é um vampiro centenário, vê, na fotografia da noiva deste corretor a imagem de sua amada de muito tempo atrás e se apaixona pela bela moça. Composto por um elenco de estrelas como Gary Oldman, Anthony Hopkins, Winona Ryder e Keanu Reeves, Drácula entrega uma homenagem ao clássico da literatura e a outros filmes e gêneros clássicos do cinema.
Menção honrosa: Nosferatu (Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, 1922)
Não podia deixar de mencionar aqui este filme, o clássico de vampiros que deu vida pela primeira vez a esse ser que hoje conhecemos tão bem. O longa de F. W. Murnau é a primeira adaptação para o cinema do livro Drácula (Bram Stoker) e entrega, aqui, uma versão diferente da que conhecemos no filme de Coppola.
Em Nosferatu, o monstro se chama Orlock e sua aparência é bem mais aterrorizante do que em Drácula. Um clássico do Expressionismo Alemão, Nosferatu traz a melancolia mais do que a maldade na construção do monstro e é quase possível sentir pena dele. A composição do filme é sombria e sua aura introspectiva transformam a experiência em uma caminhada nebulosa pelo castelo em ruínas na Transilvânia.
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