Melhor Filme
Algum filme vai conseguir bater de frente com o fenômeno Barbenheimer?
Está aberta oficialmente a temporada de premiações. Com diversas revistas de críticas especializadas apontando os melhores filmes do ano, premiações de associações regionais (como o NYFCC e o LAFCA) e com o Globo de Ouro, Spirit Awards e o Critics Awards já indicando seus nomes. Começa, assim, a se desenhar a corrida ao Oscar, que tem tudo para ser uma das mais disputadas dos últimos anos – com um nível altíssimo de qualidade, muito diferente dos anos anteriores. Assim, 4 grandes nomes parecem assumir um certo favoritismo – Barbie, Oppenheimer, Assassinos da Lua das Flores e Pobres Criaturas. Mas qual deles assume a ponta dessa disputa?
Se você chutou Oppenheimer, acertou! O longa de Christopher Nolan tem a cara da premiação: é uma cinebiografia que gera diversas reflexões acerca de acontecimentos históricos marcantes para o mundo com uma figura americana no centro da história. Além disso, o longa foi uma das principais bilheterias do ano e figurinha carimbada na lista da grande maioria de “melhores do ano”. Ao lado dele, não dá para esquecer de Barbie nessa disputa e tampouco desconsiderar o elemento Barbenheimer da somatória. O filme-evento mais falado e comentado do ano busca encontrar o mesmo espaço de Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo da temporada anterior. Nas premiações televisionadas, ambos os filmes somam 48 indicações. No total, Barbie foi indicado 126 vezes e possui 36 vitórias (até a publicação deste texto), enquanto Oppenheimer leva a melhor em âmbitos gerais já que foi premiado 127 vezes de 271 indicações.
Outro filme que tem conquistado diversos prêmios, principalmente nas associações regionais de críticos é o longa de Martin Scorsese que não parece que vai sair da premiação de mãos abanando tal qual O Irlandês. A Apple está investindo pesado e a qualidade ímpar o credencia no topo de diversas categorias.
Muitos críticos apontam Pobres Criaturas como o filme mais diferente, criativo e polêmico do ano. Alcunhas que podem tanto aproximar os votantes quanto afastá-los na hora de votar para a principal honraria. Impossível dizer por enquanto, mas é certo que a obra de Yorgos Lanthimos chegará com força total na maior premiação de cinema, principalmente nas categorias de atuação e de visual. A produção já acumula 19 indicações no Critics Choice e Globo de Ouro, além de um Leão de Ouro no Festival de Veneza. Dentre os filmes supramencionados, Pobres Criaturas foi o único que passou por um circuito competitivo de festivais e não só pode, como vai se beneficiar bastante disso.
Se estes 4 estão praticamente indicados nas categorias mais importantes, outros longas travam pequenas batalhas em busca primeiramente de uma indicação, para depois pensar em alguma vitória. Ainda que Maestro seja visto, por enquanto, como uma quinta via, é praticamente impossível que a Netflix não consiga indicar o seu principal nome na temporada. Ao contrário, por exemplo, de Segredos de um Escândalo (May December), também do streaming, que ainda luta para indicar Natalie Portman, Julianne Moore e o roteiro de Samy Burch ao Oscar.
Outra produção que busca ultrapassar adversidades é Anatomia de uma Queda, que foi preterido pela França que escolheu The Taste of Things como seu representante. Ainda que a Neon também esteja em campanha por Ferrari, é muito claro que a produção francesa vencedora da Palma de Ouro é a sua principal aposta na disputa. O longa internacional poderá ser o primeiro, desde Cidade de Deus, a ser indicado na categoria principal sem ter sido o escolhido para representar o seu país.
Enquanto isso, American Fiction, o grande vencedor de prêmios dados pela audiência pelos festivais em que passou, tenta não deixar a chama esfriar e perder momento, tal qual Os Fabelmans. Contudo, o longa sofre com o fato da Amazon não ter definido o seu principal nome da temporada – em dúvida entre Saltburn e, principalmente, Air.
Ainda na categoria principal, a Sony investe muito numa campanha para Através do Aranhaverso repetir o feito histórico de Toy Story 3 – a última animação indicada na categoria principal – e conseguir ao menos uma vaguinha que o credencia como grande favorito no Oscar de Melhor Animação.
Neste ano, a A24 tenta uma indicação dupla com Vidas Passadas e Zona de Interesse. O longa de Celine Song foi o principal título do começo do ano e faz uma forte campanha de lembrança – sendo o considerado “O” filme independente do ano –, e o segundo, que marca a volta de Jonathan Glazer aos cinemas, é o grande favorito ao Oscar de Melhor Filme Internacional e tem sido destaque também no circuito regional. Será que a produtora destaque do Oscar de 2023 vai conseguir colocar ambos os filmes na disputa principal?
Mais cotados
1) Oppenheimer
2) Assassinos da Lua das Flores
3) Barbie
4) Pobres Criaturas
5) Maestro
6) Vidas Passadas
7) The Holdovers
8) American Fiction
9) Zona de Interesse
10) Anatomia de uma Queda
Em consideração:
11) May December
12) Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
13) A Cor Púrpura
14) Air
15) All Of Us Strangers
Para ficar de olho:
Saltburn, The Boy and the Heron, Origin, The Iron Claw, Crescendo Juntas, Priscilla, Ferrari, Jogo Justo, Perfect Days e Asteroid City
Melhor Direção
Christopher Nolan vai conseguir o seu tão sonhado Oscar?
Pelo o que tudo indica, esta categoria parece ser um enorme banho de sangue com apenas 5 vagas, sendo três delas praticamente consolidadas: Christopher Nolan, Martin Scorsese e Greta Gerwig. Qualquer configuração que não tenha um desses 3 nomes será um absurdo e um indicativo de que algo muito errado aconteceu nos bastidores.
Enquanto Scorsese vai em busca de sua segunda vitória como diretor e (pasme) a sua primeira como produtor listado em Melhor Filme (lembrando que foi o produtor Graham King quem recebeu o Oscar por O Infiltrado), Nolan está em busca de reconhecimento após ser esnobado diversas vezes pela Academia. O diretor inglês possui apenas 1 indicação por Dunkirk, um dos filmes menos celebrados da filmografia do diretor. Gerwig já foi indicada logo em seu primeiro filme (Lady Bird), mas esnobada anos depois por Adoráveis Mulheres. Estar por trás do maior blockbuster do ano, que bateu recordes e recordes por todo o mundo, e
Dito isso, sobram apenas 2 vagas para Alexander Payne (The Holdovers) – indicado como Melhor Direção no Critics –, Celine Song (Vidas Passadas) – indicada a Melhor Direção no Globo de Ouro – e Bradley Cooper (Maestro) – ou será que o ator/produtor/diretor/roteirista irá amargar mais um ano como esnobado? Os outros dois mais prováveis a aparecer nestas últimas vagas são: Yorgos Lanthimos (Pobres Criaturas) e Jonathan Glazer – diretor que não apareceu em nenhuma premiação televisionada até agora, mas já acumula vitórias em Cannes e na Associação de Críticos de Los Angeles (desde 2010, apenas Olivier Assayas, Luca Guadagnino e Debra Granik cujo o prêmio de Melhor Direção no LAFCA não resultou numa indicação ao Oscar).
Mais cotados:
1) Christopher Nolan (Oppenheimer)
2) Martin Scorsese (Assassinos da Lua das Flores)
3) Greta Gerwig (Barbie)
4) Jonathan Glazer (Zona de Interesse)
5) Yorgos Lanthimos (Pobres Criaturas)
Em consideração:
6) Bradley Cooper (Maestro)
7) Celine Song (Vidas Passadas)
8) Alexander Payne (The Holdovers)
9) Justine Triet (Anatomia de uma Queda)
10) Todd Haynes (Segredos de um Escândalo)
Para ficar de olho:
Trần Anh Hùng (The Taste of Things), Sophia Coppola (Priscilla), Ben Affleck (Air), Ava Duvernay (Origin), Wim Wenders (Perfect Days), Michael Mann (Ferrari), Blitz Bazawule (A Cor Púrpura), Andrew Haigh (All Of Us Strangers), Emerald Fennell (Saltburn) e Cord Jefferson (American Fiction)
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