CRÍTICA – BELAS PROMESSAS

CRÍTICA – BELAS PROMESSAS

Durante a década de 1990, a França enfrentou uma série de desafios relacionados à habitação. Algumas das questões mais significativas incluíram a escassez de moradias acessíveis. Os preços dos imóveis aumentaram consideravelmente na década de 1990, tornando a compra de uma casa ou apartamento um desafio para muitas pessoas. Além disso, a França enfrentou uma crescente desigualdade na habitação durante os anos 90. Os bairros mais pobres e áreas urbanas carentes frequentemente tinham poucos recursos para melhorias habitacionais, enquanto áreas mais ricas recebiam mais investimentos.

É nesse contexto que Thomas Kruithof e Jean-Baptiste Delafon trabalham o seu roteiro. Mais procedural do que emocionante, Isabelle Huppert e Reda Kateb que até tem uma boa química, levam seus personagens ao lugar comum de histórias políticas: Correria generalizada em prol de interesses próprios, no qual as “belas promessas” vão ficando cada vez mais em segundo plano.

A direção perdeu a oportunidade de mostrar em sua fotografia uma França sofrida. Escolhe contar os bastidores, as conversas nas escadas, a eterna relação entre burocracia e corrupção que estão interligadas no contexto do capitalismo. Ambas são consequências de um sistema que valoriza o lucro acima de tudo e onde o poder muitas vezes está nas mãos de poucos indivíduos ou grupos.

A burocracia pode ser entendida como a complexidade e o excesso de regulamentação que envolve as organizações governamentais e empresariais no capitalismo. Isso se deve ao fato de que muitas vezes há uma grande quantidade de regras e regulamentos que as empresas devem seguir para operar e se manter competitivas, bem como uma série de trâmites que as organizações governamentais precisam seguir para executar suas funções.

No capitalismo, a burocracia pode surgir de várias maneiras. Por exemplo, a necessidade de gerenciar grandes empresas e instituições governamentais leva à criação de uma série de procedimentos e regulamentos que visam garantir o bom funcionamento dessas organizações. No entanto, essas estruturas podem se tornar excessivamente complexas e difíceis de gerenciar, levando a atrasos, erros e ineficiências.

Além disso, a burocracia pode ser usada como uma ferramenta para manter o poder e a autoridade nas mãos de uma elite, especialmente em sociedades onde o acesso à educação e ao conhecimento é limitado. Aqueles que dominam a burocracia podem usar sua posição para favorecer a si mesmos e a seus aliados, em detrimento dos interesses do público em geral.

É justamente nesse ponto que Belas Promessas se apega. Clémence Collombet, prefeita que tenta lutar por condições melhores de sua população, é tentada a abrir mão de seus ideais pela ambição de conseguir um cargo melhor. De prefeita á ministra, a questão populacional vai ficando cada vez menor, dando lugar a intrigas e manipulações políticas.

Belas Promessas se mostra médio. Talvez agrade quem ama um drama politico e desagrade quem procura alguma coisa mais visceral.

Filme: Les Promesses (Belas Promessas)
Elenco: Isabelle Huppert, Reda Kateb, Naidra Ayadi
Direção: Thomas Kruithof
Roteiro: Thomas Kruithof, Jean-Baptiste Delafon
Produção: França
Ano: 2021
Gênero: Drama
Sinopse: Belas promessas, filme de Thomas Kruithof e Jean-Baptiste Delafon conta a historia politica de uma França com problemas habitacionais.
Classificação: 12 anos
Distribuidor: Pandora Filmes
Streaming: Indisponível
Nota: 5,0

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