CRÍTICA – SHAZAM! FÚRIA DOS DEUSES

CRÍTICA – SHAZAM! FÚRIA DOS DEUSES

Se tem uma coisa que eu genuinamente gosto no primeiro filme de Shazam, certamente é o fato de não se levar tão a sério. Entretanto, diante de um roteiro raso e um protagonista que, na minha opinião, é um tanto bobo, gostar de uma sequência seria algo inesperado. Porém, não ter grandes expectativas abre margem para a surpresa. E foi o que aconteceu. Shazam! Fúria dos Deuses consegue direcionar seu foco para uma narrativa coerente, com doses de humor na medida certa e sabendo rir de si mesmo.

Ao pensar no primeiro filme da franquia, o grande fator que me faz não gostar tanto dele são os principais personagens: um protagonista palerma e um vilão canastrão. Eu sei que o herói é um adolescente no corpo de um adulto, mas a forma que ele foi construído sugere que Billy age e pensa como uma criança por volta dos seus 7 anos de idade. Já o antagonista, o Dr.Silvana, não parece ter uma motivação boa o suficiente para ser tão vilanesco e sanguinário, além de ser de uma caricatice sem tamanho, que até poderia funcionar para a proposta do filme se fosse proposital. Todavia, no caso do segundo filme, essas problemáticas são contornadas. O protagonista se mostra mais maduro e preocupado, mesmo sem perder a piada, e as vilãs possuem motivações tão plausíveis que em um certo diálogo no segundo ato podemos até enxergar o personagem de Zachary Levi como uma espécie de anti-herói. Mas, sem dúvidas, as personagens de Helen Mirren, Lucy Liu, Rachel Zagler e o mago de Djimon Hounsou roubam a cena, sem contar, é claro, Jack Dylan Grazer no papel divertidíssimo de Freddy.

Acredito que Billy/Shazam fica em segundo plano nessa sequência. O grande foco recai, além do enredo principal, na família Shazam. A dinâmica entre eles é super gostosa de acompanhar. Eu, por exemplo, senti que fazia parte daquela família. É bem interessante, inclusive, a abordagem que eles trazem sobre temas que permeiam o ambiente familiar e o desenvolvimento das outras crianças, coisa que não vimos tanto no primeiro filme. Dentre eles, o conflito interno de Pedro, interpretado por Jovan Armand, foi uma surpresa boa de se ver em um filme de super-herói

O terceiro ato se destaca pelo uso exacerbado do CGI. Nada que não tenha sido feito anteriormente em algum filme de herói, na verdade. Mas isso não é algo ruim. Na realidade, o CGI foi super bem feito! As criaturas que estão presentes no filme, principalmente o dragão, estão deslumbrantes e assustadoras. Eu, de fato, gostei bastante do dragão… Lindíssimo! A sequência final traz um bom número de ação que anima qualquer um, ainda mais em uma luta com Lucy Liu, não é?

No fim das contas, Shazam! Fúria dos Deuses é um filme leve e engraçado que parodia a si mesmo e não tem compromisso com a seriedade. Há uma significativa melhora em relação ao primeiro filme em praticamente todos os sentidos. O protagonista continua sendo um pouco irritante, mas ainda com boas tiradas. A trama central é sobre família e isso contorna todas as relações construídas entre os personagens, seja a família de sangue ou a família do coração, afinal, trata-se de uma batalha de família vs família. É uma sequência mais sólida que traz o frescor de um heroísmo feito com o coração.

Filme: Shazam! Fury of The Gods (Shazam! Fúria dos Deuses)
Elenco: Zachary Levi, Adam Brody, Jack Dylan Grazer, Asher Angel, Faithe Herman, Marta Milans, Rachel Zegler, Helen Mirren, Lucy Liu, Meagan Good, Djimon Hounsou
Direção: David F. Sandberg
Roteiro: Chris Morgan e Henry Gayden
Produção: Estados Unidos
Ano: 2023
Gênero: Ação, aventura, fantasia, super-herói
Sinopse: Após se tornar um grande super-herói com os poderes de Shazam, o adolescente Billy Batson conta com a sua família adotiva para proteger o mundo de diferentes ameaças, incluindo a fúria dos deuses que acreditam que eles não merecem ter superpoderes.
Classificação: 14 anos
Distribuidor: Warner Bros. Pictures
Streaming: Indisponível
Nota: 7,2

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